sexta-feira, 16 de março de 2012

Devaneios de um velho


Os anos passam rápido, como um piscar de olhos. Sinto o peso da experiência em minhas velhas costas. Venho de tempos onde honra e glória era a ambição de qualquer homem, venho de tempos em que a espada era a alma do guerreiro. A palavra tinha peso de ouro. A sim bons tempos os que vive minha juventude e maturidade. O cheiro revigorador da terra a pureza da chuva, coisas das quais as pessoas hoje deixaram de sentir.
Às vezes penso que o Criador cansou de criar, deve ter perdido a inspiração, se cansado de seus versos utópicos de um poema perfeito ou talvez seu grande amor possa ter lhe abandonado. A menina de seus olhos se perdeu em sua maior dádiva, a sabedoria.
E agora corremos a esmo, trombando uns nos outros como baratas tontas. Deve ser triste não saber de onde viemos, talvez até já saibamos, mas não queremos admitir. A beleza da sabedoria, á sim, o poder dessa que pode libertar-nos. Afinal quem precisa de respostas, quando se pode ter a que quiser? Porque querer saber de onde venho, se posso criar minha própria origem?  Do espaço, do pó ou de uma ameba. Não preciso e não quero vim de onde você acredita ter vindo. Sou único e prefiro acreditar que vim de lugar nenhum. Acho que além de tremulo estou ficando louco (risos).
Para onde foram à habilidade com a espada, as lendas de guerreiros indestrutíveis, de dragões adormecidos, de tiranos e seus exércitos? No meu tempo eles existiam. No meu tempo para se matar um homem era necessário coragem de encará-lo nos olhos e destreza para superar sua força, ninguém desafiava outro guerreiro ou exército a menos que tivesse autoconfiança em si ou em seus guerreiros. E para adquirir isso era necessário treinamento, era necessário andar o mundo e aprender com a estrada e seus perigos.
No meu tempo, você tinha seu deus ou não, você tinha sua crença ou não, você tinha seu caminho ou não. E somente os fracos eram subjugados, porém estes ainda tinham aqueles que buscavam honra e glória para defendê-los. 
Talvez não passemos de fruto de um grande devaneio, como um livro. E com o tempo somos adaptados a época em vigência. A mesma história contada em séculos diferentes pare e pense guerras, poder e riqueza sempre presentes em cada novo capítulo da história da humanidade. O criador deve ter  se enganado se pensou que pudéssemos carregar um dádiva pesada como essa. 
É mas os tempos são outros e eu sou apenas um velho rabugento e nostálgico, sentado no sofá com um controle remoto na mão.

Um comentário: